quinta-feira, 13 de março de 2008

INCÓGNITAS (Poesia)

Que não tenhamos medo do novo,
Tampouco do desconhecido ou incerto,
Pois são destas incógnitas que a vida nos preenche a cada instante
Pois são estes os abismos que temos de transpor,
Ainda quando os cremos intransponíveis,
Pois é esta a capacidade que a vida nos exige,
Ainda quando incapazes de vivê-la, nos supomos

E já que o presente é sempre ausente, passante;
O passado sempre findo, distante;
Fiquemos com o futuro,
Pois, ainda que sempre escuro, é o que nos resta:
Nosso desconhecido e grandioso restante

É o segundo vindouro o único capaz de nos manter despertos
Ainda que sempre novo e, de certezas, deserto
Ainda que sempre esteja de nossos passos, adiante

Ainda que seja, o futuro, o tempo de verbo mais que imperfeito
É perfeito!
Pois na jornada que se propaga doravante,
Eis o que mantém nossos olhos absortos e, sobretudo, abertos:
O novo, o desconhecido, o incerto
Pois que do certo, conhecido e antigo
Agasalha-se o sono, o esquecimento e o tédio
A empoeirar, a contra-gosto, cada semblante.

(16/09/2005)

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