Um olho me espreita
Fixo,
Ríspido,
Estreito,
Enquadrando o que me habita
Fujo,
Finjo,
Adormeço,
Mas o olho não pisca,
Não fecha
Sua órbita me gravita
Em meu socorro,
Um vento morno
Traz um cisco
O olho fecha
Mas logo abre:
E minha imagem se duplica
Ao mergulhar na água do incômodo
Que, assim como o olho, faz-me presa.
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