Era noite,
Ao menos no meu quarto,
Quando meus passos,
Dissociados de mim,
Voltaram àquela cena,
Àquela arena onde,
Tantas vezes,
Me rendi
Em meu imaginário
Valendo-me da vigília
E da insônia que não pedi
Visitei aquela antiga cidade,
Cenário de minhas guerras,
Externas e internas
E, sem vestígio de lua,
Caminhei pelas mesmas ruas
Marcadas nas linhas das mãos que,
Um dia, ingenuamente, estendi
Mas, na seqüência das esquinas,
Já incrédula
Rapidamente recuei as mãos e os passos
E, antes de avistar os fantasmas que,
Certamente, ali ainda gravitam
Retrocedi no passeio
Pelos mesmos portais que, alheios,
Descansam sem portas
E, sem culpa,
Sem volta,
Deixei, mais uma vez, para trás
As casas de poucas vigas,
As vigas de pouca força,
As sobras daquela história
E daquela cidade morta,
Que, ensaiando alguma vida,
Embora eu não mais a habite,
Em mim ainda habita.
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