sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O JARDIM SECRETO (Capítulo III)


CAPÍTULO III


VERBENAS


O sol daquele sábado propagou-se pela semana e Marília, mesmo durante as noites, sentia-se estranhamente aquecida.

As obras iam de vento em popa e as vendas, quase no mesmo compasso. Rafael passaria alguns dias em Recife, pois a procura pelos lotes tornava-se acirrada, exigindo presença constante no stand. E uma coisa era fato: a ausência daquele visitante tornava a casa, ao menos na perspectiva de Marília, menos desconfortável.

Lis já não a incomodava. Ao contrário, a menina vinha até lhe dando motivos para acrescer algumas mudas no canteiro das verbenas, que de há muito andava abandonado.

Quanto a Sarah, esta andava mais quieta e calada. Marília, dentre muitas cogitações, questionava-se se a mudança de atitude adviria da aproximação experimentada na piscina, naquele mais do que agitado sábado. Apesar de muitas perguntas, respostas não existiam.

Aquela mulher a confundia. Ora Sarah parecia saber exatamente o efeito que causava e a olhava como se quisesse intensificar as batidas de seu coração, deixando-a agoniada, constrangida, excitada. Ora, ao reverso, a olhava como se estivesse assustada, como se não esperasse ver no corpo de Marília o desejo que provocava, como se não a visse somente como presa, mas como armadilha.

Sarah era sórdida e simplesmente gostava de envolver, pelo simples prazer de seduzir e de brincar com os menos avisados? Sarah era cínica e sentia atração pela cunhada, dando em cima dela descaradamente e na frente do noivo? Sarah era apenas uma mulher triste e vazia, que estava começando a se envolver de verdade? Talvez fosse, isto sim, uma rosa híbrida, especulava Marília no arremate.

E era exatamente esta derradeira possibilidade que aquecia as noites e os dias de Marília, enquanto intercalava rosas híbridas e verbenas em seu vale.

Mas, de certa forma, ainda havia espaço para o frio que, sorrateiro, sempre dava um jeito de chegar-se. Vinha nos finais de tarde, quando Marília voltava do trabalho e deparava-se com Abílio sentado na varanda, coberto por um espesso manto de lã, com o olhar perdido no vale. A cada instante, os olhos queridos do tio tornavam-se mais opacos; a cada dia, recolhia-se mais cedo para o quarto; a cada despedida, deixava a varanda mais vazia e o final de tarde mais amargo. Apenas por isto, as violetas ainda eram semeadas.

Lis, que já adorava a companhia de Abílio, também sofria com o visível abatimento. Esforçava-se para fazê-lo sorrir, brincando sempre por perto, imitando os personagens que ele gostava, contando e criando contos de fadas, cantando as mais diversas canções, insistindo em jogar Detetive. Esforçava-se em fazê-lo ficar mais tempo na varanda, em ajeitar-lhe os travesseiros, em embalá-lo na cadeira de balaço, em mantê-lo aquecido e acordado. Toda tarde lhe trazia o cobertor e os afagos com os quais cochilava e sonhava um descanso sem interrupções.

Percebendo a tristeza da menina e com a intenção de contribuir para a diversão do tio, que tanto gostava de assistir as brincadeiras da criança, Marília articulou duas novidades: faria um balaço numa ingazeira que ficava logo à frente do terraço e, na mesma sombra, armaria uma antiga barraca de camping que sabia capaz de encontrar, desde que estivesse disposta a vasculhar as velharias enfurnadas no sótão.

Mas as novidades, apesar do número reduzido, exigiriam muito! Ela bem sabia. Assim, na tarde de quinta-feira, chegou mais cedo em casa e, arregaçando as mangas, tomou as providências.

A primeira foi descobrir, com o auxílio de Ernesta, por onde andava a escada. Munida daquela imensa ferramenta, a moça subiu no sótão, literalmente em busca da barraca perdida, enquanto Lis, Abílio e Sarah a olhavam pasmos e achando graça. Depois de alguns minutos, voltou com o rosto inteiramente empoeirado, mas com um largo sorriso e, é claro, a barraca.

Na seqüência, mais uma vez fazendo uso dos degraus e, desta feita, com a ajuda de Bartolomeu, o caseiro e marido de Ernesta, Marília aventurou-se a subir na árvore. Lá em cima, cuidadosamente sentada em um dos galhos mais altos, recebeu a corda de nylon arremessada pelo ajudante. Em pouco tempo e muitos nós, o balanço estava montado.

Lis mal acreditava no que via. Não cabia em si de tanto entusiasmo. Abílio, da mesma forma, depois de muitos dias praticamente imóvel, ousou articular alguns passos até a sombra da ingazeira, de onde ora incentivava a sobrinha, ora a mandava ter cuidado.

Sarah, esta era a mais contida, próxima ao tronco da árvore, protegendo o sol com as mãos pousadas na testa em forma de concha, parecia a mais preocupada de todos com aquelas estripulias. Vez por outra levava uma das mãos à boca, de susto, sempre que Marília se movia de forma mais brusca ou arriscada.

Ernesta, já acostumada com as artimanhas de Marília, não parecia animada, nem assustada. Sabia que aquele alvoroço todo seria sinônimo de mais trabalho. Prevendo a fome que estava por vir, partiu para a cozinha com o intuito de preparar um lanche. Pobre de Bartolomeu, falava baixinho para si mesma, enquanto via o marido suado e arfante, sorrindo de forma boba enquanto segurava a escada com todo afinco para que a patroa pudesse descer sem se machucar.

E logo Marília retornou ao chão. Agora era a vez de montar a barraca. Anunciando o próximo passo, disse, olhando na direção de Sarah:

- E nesta parte você vai ajudar, já que até agora não fez nada a não ser se apavorar.

E a moça encerrou a frase com um sorriso franco, enquanto passava a mão pela testa suada. Mas Sarah sequer se moveu, tampouco fez menção de acatar o chamado. Parecia concentrada observando os movimentos das mãos de Marília, que estava com a respiração ofegante, com a camiseta molhada e com os olhos verdes ainda mais cintilantes em meio ao rosto empoeirado.

Lis, que observava as duas, estranhou o tempo em que a mãe ficou paralisada. Aproximando-se, tocou-lhe a mão e falou:

- Venha mamãe, ajude a gente com a barraca!

E só então Sarah pareceu escutar alguma coisa. Sem muito jeito, sentou no gramado e, um tanto quanto desconcentrada, alheia ao instante, acatava automaticamente os comandos de Marília na montagem.

Quando a barraca, finalmente, estava erguida, Abílio já se encontrava deitado. No quarto escuro, coberto pelo edredom e pela saudade, sentia que, a cada dia, se despedia daquela casa, daquele quintal, e, sobretudo, daqueles personagens.

A noite ia alta, com o céu inteiramente estrelado e a lua minguante, quando Sarah, finalmente, conseguiu convencer a filha a sair da barraca. Marília havia passado um bom par de horas lá dentro com a criança, lendo gibis à luz de uma lanterna mais minguante do que a lua, cuja bateria já se fazia fraca.

Contrariada, sonolenta e cambaleante, a menina ergueu-se e já ia sair pelo gramado com os pés descalços, quando Marília antecipou-se e pegou-a nos braços, prevendo o sereno e um resfriado. Sarah aproximou-se e, pousando um casaco sob a cabecinha da filha, passou a caminhar lado a lado com Marília, enquanto a ajudava.

Lis estava ficando pesada, foi o que a mãe disse quando, tentando dar suporte aos braços de Marília, sustentou parte do peso da filha com os próprios braços. A aproximação estava justificada. E assim, os corpos caminharam em sincronia pelo gramado.

Perto da meia-noite, Marília, que depois de muitos dias, finalmente, havia conseguido dormir antes daquele horário, despertou. Os latidos de Malvina, a dálmata da casa, pareciam anunciar algo estranho.

Levantando-se, com o fito de investigar os motivos do alarido, Marília foi à varanda. A dálmata a recebeu com certa euforia, abanando fortemente o rabo e voltando a cabeça para o lado do gramado. Aquele semblante amigo, que parecia maquiado pelas manchas pretas harmoniosamente espalhadas no branco, sempre diziam com precisão o que queria. E, da forma que pôde, Malvina avisou: havia alguém na barraca de camping.

Marília observou que a lanterna, a qual, tinha certeza, havia deixado desligada, agora cintilava acesa, iluminando o interior da cabana e fazendo despontar na lona a réstia de um corpo.

Preocupada, supondo tratar-se de Lis, que, inconformada, havia dado um jeito de retomar a brincadeira, Marília foi ao seu encontro. Ao som dos grilos e dos próprios passos, que, entoando o som de charco, afundavam na umidade da grama, lentamente, caminhou até a barraca.

Ao abrir o zíper que vedava a entrada, deparou-se com um corpo nada infantil. Com vestes mais apropriadas para outro cenário, Sarah estava deitada de forma provocativa, voltada para a porta. Em seus olhos não havia qualquer vestígio de susto ou surpresa. Em verdade, o modo de deitar e, sobretudo, de olhar para Marília denunciava que aquela mulher já a esperava. A barraca era a armadilha.

Avançando um primeiro passo, um tanto quanto desequilibrado, Marília entrou. Mas imediatamente pensou em retroceder. Na dúvida, ficou inerte, de costas para a porta. Sarah, aproveitando o ensejo, se levantou. Caminhando de forma casual, parou na frente da outra, não deixando muita escolha aos olhos verdes que, naquele instante, só conseguiam deter-se em sua boca.

Sentindo a veia pulsando na fronte e a garganta inteiramente seca, Marília buscou a voz e pontuou:

- Você sabe que eu não posso entrar, nem ficar.

Mas Sarah, que, agora, finalmente, lhe acuara feito presa, aproximando-se ainda mais, lhe pediu:

- Deixe que eu mesma diga o quanto você pode entrar e ficar, Marília – e encerrou a frase com tom de convite, deixando claro que não falava da barraca, mas do próprio corpo.

Sem fôlego, Marília buscou o ar que restava, mas tudo o que sentiu foi o hálito doce de Sarah. E esta, valendo-se da malícia que lhe era tão própria, colou o corpo ao da outra e vagarosamente escorregou, indo buscar o zíper da barraca na parte de baixo, aos pés daquela, que se mantinha estática, em verdadeiro estado de estupor. Na seqüência, de posse do zíper, passou a erguer-se, arrastando novamente o próprio corpo no de sua presa, enquanto vedava-lhe a saída.

Já de pé, de volta ao ponto de partida, Sarah fixou o olhar na íris esverdeada e, com a sobrancelha arqueada, explicou:

- Não gosto de portas entreabertas.

Entendendo perfeitamente o recado, foi a vez de Marília, finalmente, dar o seu. Enlaçando Sarah pela cintura, a puxou com força. Agora a transformaria, também, em presa.

Sarah assustou-se com a brusquidão do gesto, mas não recuou. O corpo cedeu ao contato e cederia ao desejo, não tivessem as duas sido interrompidas pelo barulho do carro que parecia estacionar na garagem. Era Rafael. Ambas souberam, mas só Marília perturbou-se.

Soltando o corpo que já se moldava deliberadamente ao seu, Marília abriu a porta e saiu desnorteada pelo gramado. Também sem norte, procurando a parede que não havia para encostar-se, Sarah ficou por mais alguns instantes dentro da barraca.

A noite girou demoradamente nos ponteiros do relógio que, na sala, afrontavam o silêncio com seu tic-tac. E no compasso das horas, não apenas Marília sofreu de insônia.

No dia seguinte, Marília tinha inventado outra novidade: um piquenique. No momento em que Lis ouviu a palavra, correu e pendurou-se no pescoço da que falava. Antes de ser posta no chão, questionou:

- Mamãe pode ir?
- Claro – foi tudo o que Marília quis dizer e, de fato, disse.

O plano era simples e tinha uma vantagem: nada trabalhoso, nem perigoso! Esta, inclusive, foi a condição imposta por Sarah quando Marília, fingindo que nada tinha havido, aproximando-se com um sorriso um tanto quanto desconfiado, lhe fez o convite.

Mas o semblante da que convidara não convenceu Sarah, que, definitivamente, não estava acostumada com aquele sorriso, com aquela candura, com aquela Marília! A que não mais fugia!

Para certificar-se de que a moça falava a verdade e queria realmente sua companhia, olhou-a nos olhos de maneira séria e com a sobrancelha erguida. Na seqüência, perguntou autoritária:

- Jura?
- Juro! – respondeu Marília, com ênfase exagerada e beijando os dedos cruzados pousados sobre a boca que ainda ria. No arremate da brincadeira, cuidou ainda de, imitando a outra, erguer a sobrancelha também.

Lis sorriu e puxou as duas pelas mãos com extrema pressa. Simplesmente não conseguia mais esperar.

Na cozinha, Ernesta já havia preparado uma cesta de vime com os quitutes e separado uma toalha longa e quadriculada, que seria forrada logo mais no chão do quintal. Sim, pois o piquenique seria realizado no derradeiro lote da casa, na beira do riacho e sob a sombra dos frondosos eucaliptos que adornavam aquele cenário.

A menina nunca havia ousado andar por aquelas bandas e não apenas porque a mãe proibira, mas porque tinha medo de avançar nos terrenos que não conhecia. Havia sido criada num apartamento pequeno e, até chegar a Aldeia, pouco sabia de plantas, insetos, mato, caminhos. Exatamente por isto estava tão eufórica com a idéia do piquenique. Era um misto de medo e de alegria.

Mas não apenas a criança sentia-se tomada pela dicotomia daqueles sentimentos. O medo e a alegria caminhavam par e passo com Marília ultimamente. E ela, ao lado de Sarah, ousava também naquele caminho.

Logo chegaram ao reduto eleito por Marília como o perfeito para o piquenique. E as outras duas imediatamente concordaram com a escolha. O lugar distava poucos metros da casa. No entanto, apesar desta realidade geográfica, as três se sentiam em outra dimensão.

Tomadas pelo mesmo entusiasmo, forraram a toalha no chão e começaram a organizar as comidas. Tudo tinha que ficar tão perfeito quanto aquela tarde, justificava Sarah, enquanto estudava a posição das frutas, dos pães, dos queijos, das fatias de goiabada, dos sucos e, sobretudo, das mãos que, vez por outra, passavam próximas às de Marília. Ambas se serviam, trocavam as frutas, os pratos, experimentavam.

Num dado instante, enquanto Lis, mais afastada, tentava capturar uma borboleta que por ali rondava, Sarah aproximou-se vagarosamente de Marília, que estava deitada na ponta da toalha, observando a copa de uma árvore, em silêncio.

Fazendo sombra sobre a face da outra e bloqueando-lhe a visão, Sarah inclinou o tronco e pôs o rosto defronte. Capturando o olhar verde e já inquieto, questionou:

- Você vai continuar fingindo que não nos beijamos ontem?

Confusa, Marília rapidamente retrucou, fazendo a única constatação que talvez diminuísse sua culpa:

- Mas nós não nos beijamos!

E Sarah remendou:

- Não? Pois, no meu imaginário, você não apenas me beijou, como tirou minha roupa, entrou e ficou por um bom tempo, ocupando todo o espaço que encontrou.

Mal acreditando no que acabara de ouvir, Marília fez menção de erguer-se e sair dali o mais rápido possível, antes que seu jardim secreto fosse, de fato, invadido por aquela intrusa que, aos poucos, ganhava território. Sarah sim, era quem vinha ocupando todos os espaços que ainda restavam vazios dentro de Marília.

Mas a fuga não foi necessária. É que, interrompendo o momento, Lis chegou feliz da vida mostrando uma nova amiga: uma pequena borboleta que, agoniada, debatia-se nas mãos da menina.

Marília apiedou-se, irritou-se, identificou-se com o inseto e ordenou de forma mais brusca do que a desejada que a menina a libertasse. Lis a libertou.

O sol já pedia descanso quando Marília sugeriu que voltassem para casa. Lis fez bico, mas logo concordou. Já se sentia muito premiada e sem direito de exigir mais nada.

Porém, quando Sarah fez menção de começar a guardar as coisas, Marília lhe pediu em tom de favor:

- Espere um pouco. Preciso mostrar a Lis mais uma coisa. Você pode nos aguardar aqui?

- Sim – respondeu Sarah sem erguer a vista, fingindo aceitar com resignação a exclusão.

Marília queria respirar um pouco; queria assegurar-se de que seu refúgio continuava intacto, escondido; queria certificar-se de que, por enquanto, apenas suas próprias pegadas restavam fincadas no jardim secreto; queria, sobretudo, permitir que outras pegadas, estas menores do que as suas, marcassem aquele solo dali por diante. E não seriam as da mãe, mas as da filha.

E assim, de mãos dadas com a menina, atravessou a pequena ponte de madeira que separava aquele local de um recanto mais reservado, onde, anos a fio, construía seu eterno abrigo.

A criança, que não sabia exatamente o que veria, limitava-se a caminhar de cabeça baixa, enquanto tentava desviar-se dos gravetos e das pedrinhas que se punham no percalço. E assim, seguia distraída, quando, aos comandos de Marília, estancou o passo e ergueu a vista.

Deslumbrou-se. Logo ali à frente, o chão parecia tornar-se colorido. Eram os canteiros que, de forma harmoniosa e precisa, haviam sido planejados de modo a formar verdadeiros desenhos, ora geométricos, ora espirais, estampados pelas cores das flores diversas e extremamente vívidas.

Enternecida, a criança logo compreendeu que o jardim tinha um mistério. É que, apesar da diversidade das cores, só existiam flores de três espécies. E o mais curioso aos olhos infantis foi perceber que elas não se misturavam nem nos canteiros, nem nos perfumes, nem nos estilos. Aguçando a percepção, reconheceu as rosas e as violetas. E logo se inquietou com o terceiro tipo:

- Que florezinhas tão lindas são aquelas, Tia Marília?

Eram as verbenas, as favoritas. A resposta veio rápida e precisa. E mais uma vez a menina mostrou-se intranqüila:

- Então por que o canteiro delas é o menorzinho?

Para aquela pergunta, Marília não teve resposta. Nunca soube por que tivera tão poucas alegrias na vida.

Tentando escapar da questão, aproximou-se do canteiro das verbenas e, puxando a menina pela mão, a fez agachar-se a seu lado.

Analisando um dos cachos que pendia de um galho, Lis impressionou-se com a quantidade de florezinhas que nasciam juntas, formando um pequeno e delicado buquê, o que não ocorria com as outras flores.

Diante da patente diferença, pensando ter, finalmente, compreendido o porquê de aquelas serem as favoritas da tia, comentou:

- Elas são mesmo especiais, não é, tia Marília? – e a criança sorriu, buscando cumplicidade.

A dona do jardim, num menear de cabeça, concordou com a menina. Entretanto, julgou necessário um complemento, talvez o único que justificasse quão especiais eram aquelas flores:

- As verbenas nunca ficam sozinhas.

Aquele era o recado. E assim, antes de voltarem, Marília e Lis, com extremo cuidado e candura, fincaram no solo do jardim secreto mais uma muda da flor que, agora, era a favorita das duas.

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