sábado, 31 de maio de 2008

BANDEIRAS AO VENTO (Poesia)

Bandeiras ao vento
Quem não tiver a sua
Que permaneça imóvel

Quanto mais vivo,
Mais percebo
Que todos nós
Verdadeiramente,
As temos
Do mais bélico,
Ao mais dócil

Uns as erguem porque choram
Porque se sentem segregados
E assim, aprisionados, as encravam
Em locais tão mais distantes,
Quanto inóspitos
E o vento que as agitam
Parece ser o da injustiça
Que busca seu cessar,
Ainda que alegórico

Outros as impunham porque,
Autoritários,
Desejam o domínio
E assim as fincam
Em terras alheias,
Por vezes, as dos segregados
E é desta forma que nascem os chamados territórios

E assim, na seqüência lamentável
De tudo quanto é fato e não se nega
Bandeiras de cores diversas
Se contrapõem às cinzas
E tantas vezes, com pesar
Se vê ambas à míngua
De pilar que verdadeiramente as sustentem
É que, mais contundente que a bandeira que se pinta,
É a mão que a projeta

Portanto e por encanto,
As cores, todas elas
Se dissipam
Quando o punho que as erguem não quer trégua

E é então que, de arremate, se aprende
Que a luta que se galga só se vence
Quando, finalmente desperto
Aquele que hasteia a bandeira deseja
Mais que guerra:
Seu inverso.

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