sexta-feira, 27 de junho de 2008

VIDROS DE PELE (Poesia)


Nestas águas,
Ora negras,
Ora claras,
Liquefeita,
Me abrigo

Nesta águas,
Ora fundas,
Ora razas,
Desfaço-me
Tanto quanto me solidifico

Nestas águas,
Ora frias,
Ora cálidas,
Afogo-me
Emergindo

Nestas águas
Onde morro
Vivo
Sempre me defrontando em meus próprios vidros:
Minha carne

Nestas águas
Onde nado,
Onde moro,
Finjo
Amplitude maior que a de um mero aquário.

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