terça-feira, 11 de novembro de 2008

LAMENTO (Poesia)

Que face é esta a que hoje me apresentas?
Desconheço esses olhos não fixos
Essa boca que me beija a cabeça e me chama de amiga
Esse tom deitado em meus cabelos
Abafado,
Por entre lábios finos e temerosos
Essa polidez intranqüila
Esse coração inóspito

No domínio do não dito,
Tanto nos dissemos
E palavras perderam-se num abismo
Tentando compor um vazio que não se preenche com o silêncio

E hoje, tão desconhecidas
Nos cumprimentamos ao telefone:
De um lado, falo sentida
Com aquela que, do outro,
Reconheço apenas no nome.

Um comentário:

Mina Blixen disse...

Linda poesia, Amiga! Apreciei-a muitíssimo, mesmo porque tantas histórias cabem nela. Acho que quase a totalidade das pessoas do mundo ocidental, senão do mundo, tem passagens de vida que se encaixam perfeitamente nessa poesia. Como costumo dizer, é uma grande sacada sua!

E cadê aquelas outras que fizemos sobre os motes de Felícia, naquela noite de sábado? Estou esperando você publicar as outras suas, para publicar as duas minhas que faltam. Será que você desistiu de publicá-las?

Andei escrevendo várias coisas soltas, em momentos de descanso intelectual. Mas não tenho podido amarrá-las, pois o tempo de que disponho é muito bem contado. É aquele compromisso que me faz sumir do mundo. Mas tudo bem... Hei de ressurgir melhor, dentro de alguns meses. É preciso!

Saudades de você também. Muitas.

Um abraço daqueles de sempre.