De há muito abandonei meu enredo
O começo, o meio, o fim
Desconheço-os
Sei das reticências que os interligam
E dos abismos que os afastam
Sei do peso do não vivido
E da presença de tudo que calo
Sei da pressão que me marca a fronte
Sempre que tento conter meu curso
E faço verter horizontes
Em meu semblante confuso
São eles as minhas rugas
Silenciosas, cravadas, difusas
Das quais não mais despontam sóis
Apenas vacilantes luas
E noites que viro insone
Vagando por minhas ruas.
2 comentários:
Port querida,
Não sei de qual eu gosto mais! Simplesmente estou apreciando muitíssimo cada uma dessas três poesias, em que Lampejos ocupa o meio da seqüência. Sim, com trema, pois o ano de 2008 ainda não terminou, graças a Deus!
Ainda temos muito o que curtir, mesmo de forma intensiva, antes do Natal. E a reforma ortográfica fica pra depois.
E, assim, seguem mais enredos, nessa teia que é a vida, minha amiga. Nessa teia que é a vida, muito maior que nossas ruas, nossas imagens fragmentadas de unidade em crise, nossa sede e nossa essência, na construção do que queremos ser hoje ou, mais tardar, amanhã.
Felizes os que conseguem simplesmente ser, sem se machucar e sem machucar os que estão perto.
Puxa... Aí me pergunto: e alguém consegue isso de verdade? Nem Jesus, amiga. Nem Jesus agradou a todos. Isso não é desculpa mas, e quem raios somos nós? Sejamos, então!
Outro abraço daqueles de sempre.
O que me faz sentir certos versos, nem em tentativas de cem poesias eu conseguiria ser clara.
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