Estou aprendendo
A suportar a falta de sono de olhos bem abertos,
A não sucumbir à falta de fome e à falta de afeto,
A não resistir ao que em mim se mantém desperto,
Tanto quanto tenho andado insone
Estou aprendendo
A não fugir da dor que dilacera,
A não temer o tempo que leva até passar,
Pois ela passa!
E quando passa, ainda resto
Estou aprendendo
A esvanecer as imagens de tantas fotos,
A entrar em casa mesmo quando esta me parece um desconhecido deserto,
A fechar todas as minhas portas
Sem medo de me sentir trancada:
É o que quero
Estou aprendendo
A ouvir músicas queridas distorcendo as lembranças,
Substituindo as metáforas,
Sublimando a saudade,
E a falta da outra voz me acompanhando
Estou aprendendo
Que nada disso era sabido,
Mas sobremodo necessário
E bem por isto aprendo
Com tanto espanto.
8 comentários:
Linda poesia Marina... me fez lembrar de uma canção.
"Nada do que foi será de novo do jeito que foi um dia.
Tudo passa, tudo semrpe passará!"
...nada como uma onda depois de outra onda.
Ei, Marina...
Que bom que tudo vira poesia neste teu lugar.
E passa, como tudo há de passar, e transforma-se em bonito movimento de vida e de tempo.
(beijos com taaaanta saudade e taaaanto carinho!)
"Que nada disso era sabido,
Mas sobremodo necessário
E bem por isto aprendo
Com tanto espanto "
Me chamou atenção esse trecho de sua poesia , me identifico com ele!
Parabéns pela escrita !
Quero aprender também...
Marina, Marina...sexta letra que és...meio da história em que me vi...entrelinhas clariceanas me envolvi...estás melhor em tua escrita a cada dia. Zoo
Oi!!
Que espaço legal esse seu blog!!
Tenho uma colaboradora no blog que poeticamente nos apresentou!!
Hummm gostei...Parabéns!!
Se você permitir passarei a freqüentar e se vc passar seu linki posso citar no meu blog...Bem, vc agora também tá lá!!!Pode colaborar se desejar!!
Meu blog é uma linda brincadeira e espero que você passe por lá!!!
Bjs,
Papillon.
http://bienvenue-ami.blogspot.com/
Quando o espanto cessa, o que fica?
O que fica destas certezas que se diluem, que se transformam, que nem ao menos importam? O que resta a não ser as mãos vazias?
Lindo o seu poema e, como sempre, um mergulho em águas profundas.
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