domingo, 10 de agosto de 2008

RECADO AOS DESERTOS (Poesia)


Eu não quero estar no ângulo destas pessoas que nos olham de lado
Eu não quero caber numa foto três por quatro
Não quero o celular da moda
Não quero ter o verso vazio de história
Não quero esta vida blindada
Que já nasce morta

Eu não quero trocar os pronomes numa conversa de mesa
Eu não quero mentir sobre o que me faz inteira
Não quero terminar meu dia vendo a novela das oito
Não quero inventar um noivo
Para compor o teatro que ensaiam à minha volta
Cada um por si e Deus por fora de todos

Eu quero erguer a vista e olhar os hipócritas de frente
Eu quero sangrar todas as molduras pungentes
E quem quiser que diga que ando fora da moda
E quem quiser que critique meu verso e minhas histórias
Minha resposta é andar de peito aberto
E se ele for alvo, que seja certo
E que sucumba ao tiro batendo
Pois antes morrer inteiro que deserto.

3 comentários:

Flor de Bela Alma disse...

Eu amei isso isso: Antes morrer inteiro que deserto é muito clariceano.Amei menina. Mesmo! Um abraço: Bianca( Ribeirão preto)

Fala Rapha disse...

Huuum... ás vezes eu paro pra me perguntar "como foi que chegamos a esse ponto". uma vida de plástico, pessoas de plástico, coisas de plástico. irônico.

Flor de Bela Alma disse...

Oi moça bonita do cabelo que voa, é clariceno o encontro e o desencontro que nos ronda, e é bonito e impenetrável um tanto. Uma hora dessas a gente se encontra de fato na livraria cultura do Recife...risos! Menina, por falar nisso a Nádia Batella esteve aí no dia 19. Vc foi? Um abraço e que bom que no lusco- fusco do mal- entendido, algum vislumbre de uma nova comunicação aconteça. Fico feliz! Se cuida. Bia