Eu hoje quero o descanso do final do dia,
Quero a noite de frio e a de trégua,
Quero o consolo da cama que se amolda ao corpo
E o sono dos que não temem os sonhos,
Nem as selvas
Eu hoje quero o derradeiro golpe,
A derradeira luz,
A derradeira treva,
Quero o pedaço que todo dia falta
E quero a falta que tanto completa
Eu hoje quero esgotar as dores
Quero o impulso que arremessa longe
Quero o livro que não foi escrito
Quero o poema que não foi sentido
Eu quero a carta que não faz sentido
E ela é esta:
Quero a amplitude da incompreensão
E a estreiteza do que compreendo
Eu hoje quero conjugar os verbos
Em todas as pessoas e tempos
E, com ousadia, exijo
E, com ousadia, espero
E, por ousadia, canso
E, por ousadia, aprendo
Enquanto quero porque quero
Tudo o que já tenho
E só quando percebo, me rendo.
Um comentário:
Ai que intenso isso...vou ler mais uma vez e mais outra...beijo e amei as contradições de cunho poético que te atravessaram ao escrever. Mesmo! Bianca
Obs: Sua clariceana! Risos...
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