Olho adiante
É mar o que vejo
E sol que fulgura sobre as ondas que chegam
Não mais tenho medo
Tenho sede de nado
E nado adiante
Não retrocedo
Apenas respiro fundo
O ar que insufla as velas
Do navio que me leva:
Eu mesma
Olho adiante
É vida o que vejo
E planos que cintilam sobre tantos montes
Escalo-os,
Venço-os,
Sorrio enquanto avisto o início da escalada
Não canso,
Apenas agradeço
A cada metro vencido de meus campos
Meu norte é o mesmo:
Busco a plenitude
E, depois de tempos de estilhaço,
Dispersa por tantas terras,
Em tantos passos,
Sinto-me o que desde sempre busco:
Inteira
Olho adiante
Sou eu o que vejo
Não mais simples imagem refletida no espelho
Hoje sou dona de tudo o que reflito,
Porque reflito plena,
Em minha inteireza,
Sou dona do mar e dos montes,
Do navio e do cais,
Da coragem e do medo,
Da luz e da ausência de luz
Em mim, mesclam-se o branco e o preto:
Sou o próprio espelho.
2 comentários:
Ler suas poesias é um alento para vida. Um acalento para alma. Belíssimas palavras,cheias de sentimento.
Gostei muito do seu blog. Boa noite! amandabarretojornalista.blogspot.com.
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