Ando num terreno incerto e úmido
São os verbos que se movem sob meus pés
Arenosos, perigosos, impuros
Atos, gestos, fatos
Nada é seguro
Tempos presentes e pretéritos
Conjugações irregulares,
Passos trôpegos,
Tropeços impunes
Busco nesse dialeto que ensaio com meus passos
a segurança das pontes,
a fortaleza das vigas,
a certeza dos calos,
que se formam pela repetição assídua do que se conhece:
os mesmos passos
Entretanto,
No lugar da firmeza, a ameaça
No lugar do concreto, a promessa
No lugar do sujeito, os tantos e incertos predicados
E sempre os verbos, os verbos e os verbos
Transitivos diretos,
Indiretos,
Bitransitivos,
Intransitivos
Enquanto eu,
Driblando o charco,
Salto de verbo em verbo,
Emudeço,
Erro,
Rezo,
Transito e não paro.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
A CHEGADA (Poesia)
No silêncio de meu cansaço
algo repousa:
É a palavra que me falta
É o não-dito que me sufoca
É o que vai e não tem volta
É a voz que se faz pouca
Chegastes
E no silêncio de minha casa
algo acorda:
Partituras escrituradas
Violão que ganha corda
Ensaio de grupo e de alma
Música que volta.
algo repousa:
É a palavra que me falta
É o não-dito que me sufoca
É o que vai e não tem volta
É a voz que se faz pouca
Chegastes
E no silêncio de minha casa
algo acorda:
Partituras escrituradas
Violão que ganha corda
Ensaio de grupo e de alma
Música que volta.
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